Jogos e jogadas
Jogar é uma arte. Em qualquer jogo, o vencedor é aquele que detém melhor habilidade para jogar.
Conhecer as regras é princípio para o sucesso de um bom jogador e a disciplina é a linha de condução para a vitória.
Esse seria o pressuposto para uma boa jogada.
Aliás, jogada é uma palavra que, de certa forma, vulgariza o jogo.
Não sei se há exceção na regra, ou regra na exceção quando o jogo é o poder público ou quando o que se está em jogo é público poder.
Nesta jogatina, pessoas são meras peças de xadrez que ocupam o lugar que melhor convém ao jogador, que prefere manter-se no anonimato até a cartada final.
Ora, a bola tá com o adversário, ora o jogador é o dono da bola e decide não dividi-la com mais ninguém, já que não lhe é interessante participações excessivas no bolo, ou na bola.
As cartas são entregues. E pra quê colocá-las na mesa?
Se a mesa não as caberá?
Tudo bem Há mangas de sobras para as cartas mais necessárias possíveis, nos momentos mais decisivos e lucrativos possíveis.
E a bola rola…
O juiz? -É uma questão de posição…
Onde deve estar? Quando sinalizar?
– Não diz respeito ao público – mero coadjuvante da partida.
E não se pode esquecer dos bajulas, essas figuras fantásticas. Sempre a postos. Em ótimos postos, feito cães de guarda à espera do ataque ou da defesa.
Não, essa não é uma nova função, tampouco errei na denominação. Os bajulas são imprescindíveis às mirabolantes jogatinas. São eles os que seguram a bola e jogam nas mãos mais propícias para a ocasião. São aqueles que não deixam a batata quente cair em mãos erradas ou sequer permitem que ela chegue a esquentar.
A classe dos bajulas é espetacular. Cuida do espetáculo para que a platéia nunca veja o palco cair.
Viva os bajulas! Eles estão em campo! O tempo todo!
E a bola rola…
E o jogador enrola…
E o público assiste à bola da vez entrar…
Na conta de quem?
De quem arma o time prefeito para pilantragens chamadas políticas e faz de um povo sedento de justiça, mera platéia para os mais articulados jogos de interesses e conveniências particulares.
Professora Valéria Duarte Guedes