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Quer se dar bem no ENEM?

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Leia mais e se mantenha atualizado!

A Redação representa uma parte importante na prova do Exame Nacional do Ensino Médio.

O ideal é fazer uma dissertação de 15 a 20 linhas com introdução, desenvolvimento e conclusão (conclusão proposta).

O aluno deve sugerir uma intervenção para o problema apresentado, com uma boa argumentação e defesa do seu ponto de vista. A leitura de jornais, revistas, documentários e assistir a  filmes pode ajudar na criatividade e na formação de uma opinião.

Como redigir um editorial?

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  • O Que é: O editorial é um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.  Contudo, escrito em 3ª pessoa, com a predominância da Língua Padrão.

Então, a objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, uma vez que o redator dispõe da opinião do jornal sobre o assunto narrado.

Logo, os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de modo que evidencie a posição da mídia, ou seja, do grupo que está por trás do canal de comunicação, uma vez que os editoriais não são assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.

O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu.

  • Para estruturar um editorial:

-> 1º parágrafo:  A informação. Apresenta-se o fato, a notícia. Apontam-se dados reais e o que estimulou o redator ao editorial.

-> 2º parágrafo: Introduz-se a opinião do autor a respeito da informação dada.
Inicia-se a argumentação que compreenderá dois ou três parágrafos subsequentes.

E agora? O que argumentar? Como argumentar?

Os parágrafos que organizam o desenvolvimento do texto devem apresentar:

  • Exemplos e justificativas para o autor mostrar-se favorável ou contrário à introdução do texto (movimento de retomada coesiva ao 1º parágrafo).

Causas e consequências do fato apresentado.

-> Possíveis citações de opiniões que ratificam a do autor ou de dados que o façam (“Conforme editado em…” / “Segundo…” / “De acordo com…”)

-> Durante a argumentação de um editorial, é permitido e interessandte que o autor demonstre ironia e humor diante do assunto discutido.

  • Conclusão

Há dois tipos de conclusão de um texto argumentativo:

1)    Conclusão em forma de síntese:  O autor resume a ideia central do textom retomando o primeiro parágrafo.

2)    Conclusão proposta: O autor apresenta sugestões para aquilo que abordou como problema referente à informação dada na introdução,ao longo do desenvolvimento do texto ou o autor apresenta sugestões para se manter a situação, caso, ao longo do desenvolvimento, tenha sido favorável à informação dada na introdução.

  • Conjunções, Locuções Conjuntivas e Pronomes que ligarão um parágrafo a outro:

a)     entretanto, porém, mas, todavia (em caso de introduzir uma ideia contrária ao que foi dito anteriormente)

b)     Sendo assim, com isso, isso prova que (em caso de endossar argumentos anteriores)

c)     Logo, portanto,  por conseguinte, então, sendo assim( introduzem ideias conclusivas sobre os argumentos apresentados)

  • Algumas expressões utilizadas em textos argumentativos para iniciarem opiniões:

“Na verdade…”, “É indubitável que…”, “É imprescindível que…” , “Consequentemente…”, “Os fatos se comprovam através de…”, “Muito se diz a respeito de…”, “A sequência de ….” .

  • IMPORTANTÍSSIMO PARA REDIGIR UM BOM TEXTO E ALCANÇAR A NOTA DESEJADA NO VESTIBULAR:

-> LEIA atentamente o ENUNCIADO da banca;

-> SUBLINHE as palavras-chave e, ao lado do texto do enunciado, ESCREVA com suas palavras o que entendeu. Depois disso, perceba a relação entre os textos, geralmente, apresentados na coletânea da prova, para que você identifique qual é o tema.

Período composto por coordenação

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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Já sabemos que num período composto por coordenação as orações são independentes e sintaticamente equivalentes.

Observe:

As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.

O período é composto de três orações:

As luzes apagam-se;
abrem-se as cortinas;
começa o espetáculo.

As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de  orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.

A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção “e”. As orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de “As luzes apagam-se” e “abrem-se as cortinas”. As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a oração “e começa o espetáculo” é coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção coordenativa “e”.

Obs.: a classificação de uma oração coordenada leva em conta fundamentalmente o aspecto lógico-semântico da relação que se estabelece entre as orações.

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Aditivas

Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência.  As conjunções coordenativas aditivas típicas são “e” e “nem” (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só… mas (também), tanto…como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país.

Obs.: como a conjunção “nem” tem o valor da expressão “e não”, condena-se na língua culta a forma “e nem” para introduzir orações aditivas.

Por Exemplo:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.

b) Adversativas

Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. “Mas” é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.

Veja os exemplos:

“O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.” (Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Janaína gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

Saiba que:

– Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção “e”. Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes.

Por Exemplo:

Deus cura, e o médico manda a conta.

Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase do tipo: “Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!”

– A conjunção “mas” pode aparecer com valor aditivo.

Por Exemplo:

Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.

As funções da palavra SE

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As funções exercidas pela palavra se

1. Termos essenciais da oração: sujeito e predicado.

a)    Sujeito: simples, composto, indeterminado; oração sem sujeito.

Considerando a palavra SE é a que mais traz dúvidas quando pretendemos identificar o sujeito de uma oração, trazemos,a seguir as várias possibilidades de classificação.

Função da palavra SE

A palavra SE pode exercer diversas funções dentro da língua portuguesa.  Tais funções são as seguintes:

Pronome apassivador ou Partícula apassivadora
Aparece na formação da voz passiva sintética com verbos transitivo direto, e transitivo direto e indireto; com verbo transitivo apenas indireto, não há possibilidade. Na prática, a frase pode ser transposta para a passiva analítica ( com dois verbos ).
Ex1: Reformam-se móveis velhos. (= Móveis velhos são reformados. )
Ex2: Entregou-se o prêmio ao aluno que obteve a melhor nota. (= O prêmio foi entregue ao aluno que obteve a melhor nota. )
Índice de indeterminação do sujeito

Também chamado de pronome impessoalizador, pronome apassivador impessoal ou, ainda, símbolo de indeterminação do sujeito, aparece junto a verbo intransitivo ou transitivo indireto.
Como o nome já diz, quando exerce essa função, a palavra SE indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de oração não admite a passagem para a voz passiva analítica e o verbo estará sempre na 3º pessoa do singular.
Ex1: Vive-se bem naquele país.
Ex2: Precisava-se de novas fontes de riquezas.

Pronome reflexivo
Usado para indicar que a ação praticada pelo sujeito recai sobre o próprio sujeito ( voz reflexiva). É substituível por: a si mesmo, a si próprio etc.
Ex1: O lenhador machucou-se com a foice. (= machucou a si mesmo)
Ex2: Localize-se no mapa. (= localize a si próprio)

Pronome reflexivo recíproco
Usado para indicar que a ação praticada por um dos elementos do sujeito recai sobre o outro elemento do sujeito e vice-versa. Na prática, é substituível por: um ao outro, uns aos outros etc.
Ex1: Pai e filho abraçaram-se emocionados. (= abraçaram um ao outro )
Ex2: Amigo e amiga deram-se as mão afetuosamente. (= deram as mãos um ao outro)

Parte integrante do verbo
Há verbos que são essencialmente pronominais, isto é, são sempre apresentados e conjugados com o pronome. Não se deve confundi-los com os verbos reflexivos, que são acidentalmente pronominais. Os verbos essencialmente pronominais geralmente se referem a sentimentos e fenômenos mentais: indignar-se, ufanar-se, atrever-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se arrepender-se, queixar-se etc.
Ex1: Os atletas queixaram-se do tratamento recebido.
Ex2: Ele não se dignou de entrar.

Partícula expletiva ou de realce
O SE é considerado partícula expletiva ou de realce quando ocorre, principalmente, ao lado de verbos intransitivos, de movimento ou que exprimem atitudes da pessoa em relação ao próprio corpo ( ir-se, partir-se, chegar-se, passar-se, rir-se, sentar-se, sorrir-se, etc. ), em construções em que não apresenta nenhuma função essencial para a compreensão da mensagem. Trata-se de um recurso estilístico, um reforço de expressão.
Ex1: Acabou-se a confiança no próximo.
Ex2: Lá se vai mais um caminhão de verduras.

A conjunção SE: Atuando como conjunção, o SE sempre introduz oração subordinada.

Conjunção subordinativa integrante
Inicia orações subordinada substantiva ( subjetiva, objetiva direta etc.).
Ex1: Ninguém sabe se ele venceu a partida.
Ex2: Não sei se tudo isso vale a pena.

Conjunção subordinativa condicional
Introduz as orações subordinadas adverbiais condicionais. Essas orações exprimem a condição necessária para que se realize ou deixe de realizar o fato expresso na oração principal. Essa relação também se pode dar num nível hipotético.
Ex1: Se não chover, partiremos à tarde.
Ex2: O material será devolvido se você quiser.

Objeto direto
Acompanha verbo transitivo direto que tenha sujeito animado.
Ex1: Ergueu-se, passou a toalha no rosto.
Ex2: Vestiu-se rapidamente, telefonou pedindo um táxi, saiu.
Objeto indireto
Aparece quando o verbo é transitivo direto e indireto.
Ex1: Ele arroga-se a liberdade de sair a qualquer hora.
Ex2: Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.

Além de verificarmos a função da partícula SE, necessário se faz revisarmos VOZES VERBAIS.

Vozes verbais são as formas em que os verbos são apresentados, para indicar se o sujeito pratica ou sofre a ação.

Em português há a voz ativa e a passiva.

1. Voz ativa:

João escreveu a mensagem.

2. Voz passiva:

A mensagem foi escrita por João.

A voz passiva pode ser: analítica ou sintética.

2.1. Voz passiva analítica:

A mensagem foi escrita por João. (João escreveu a mensagem)

Nesse caso, tem-se:

Sujeito paciente     =    a mensagem
Verbo (auxiliar ser + particípio passado) = foi escrita
Agente da passiva = por João.

2.2. Voz passiva sintética:

Vende-se apartamentos( = apartamentos são vendidos).
Alugam-se casas para temporada(= casas para temporada são alugadas).

Nesses exemplos, verificam-se casos de voz passiva sintética: os verbos estão conjugados, concordam com o sujeito paciente em número e são acompanhados de “se”.

Obs.:
– Usa-se a voz passiva sintética quando não se sabe quem é o agente da passiva ou quando não se quer explicitá-lo.
–  Só existe voz passiva com verbos transitivos diretos.
–   Quando são verbos transitivos indiretos têm-se  ocorrência de sujeito indeterminado:.
Necessita-se de secretárias.
Fala-se muito sobre ecologia.

 

Temas de redação para o vestibular 2012 e 2013

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Abaixo, alguns temas que poderão ser abordados nas provas dos Processos Seletivos (Vestibulares e ENEM) 2012/2013.

Participação Política: um ato de cidadania

Código Florestal Brasileiro

Respeito à diversidade: fimda homofobia.

Imagem: o mundo por imagens( Ter x Ser)

 *Oriente Médio: o princípio de uma nova era.

* 2011: Ano Internacional das florestas.

*Educação: a base para a justiça social.

* Homofobia: violência contra os direitos humanos.

*Legalização da maconha: este é o caminho?

*Inclusão social

*Igualdade de gênero

*O jovem e a democracia. 

* Juventude e responsabilidade social: é assim que se faz um Brasil para todos.

*Os benefícios da prática esportiva para o indivíduo e para a sociedade.

        * Em que mundo você quer viver? (Considere os impactos ambientais e o comportamento humano diante do meio ambiente)

        * Os desastres naturais no Brasil: acidentes ou a natureza em resposta ao homem?

       *A ditadura no Brasil. Por que os crimes ainda não foram punidos?

      *Juventude: tempo de mudanças e tempo de mudar.(Quais as perspectivas políticas e sociais da juventude nacional?)

              *Inclusão digital: um direito de todo brasileiro.
             * O trabalho escravo no Brasil: uma realidade intrigante.
 
  • Pulseira do sexo.
  • Bulling: um ato de violência e preconceito.
  • Bioética
  • Problemas na camada de ozônio (Um tema atual que vem trazendo muitos impactos ao planeta e ao nosso DNA)
  • Imprensa x democracia.
  • Brasil da copa e Brasil na copa do mundo.
  • Pré-sal x sustentabilidade.
  • O paradoxo entre a imagem externa do Brasil e os problemas sociais enfrentados em nível interno.
  • A pedofilia na Igreja Católica.
  • As tragédias naturais.
  • A violência urbana.
  • O voto: exercício de cidadania.
  • Fontes limpas de energia. Como?
  • Ficha limpa.
  • Craque no Brasil.
  • Política e responsabilidade social.
  • Educação: princípio para a igualdade social.
  • Ditadura militar no Brasil: um período do qual o brasilerio deve se envergonhar. Até quando irá a impunidade?
  • Crack, droga cinco vezes mais potente que a cocaína:  o vilão que assola a juventude brasileira.

Novo Enem: formato qualitativo ou quantitativo?

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“ O formato é novo, mas ratifica antigos erros da história da educação do Brasil.”

No começo de 2009, o ministro da Educação Fernando Haddad, propôs a reformulação do Enem para torná-lo a avaliação de seleção para as universidades públicas federais.

Segundo Haddad, o novo formato do Enem, em que a prova passou de 63 para 180 questões (inicialmente seriam 200, mas o número foi reduzido), divididas em quatro áreas: linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias indica, para o Ensino Médio, a eficiência da política educacional brasileira, justificada em entrevista à imprensa, quando ele afirma: “Se nós não alterarmos isso, sinalizando para o Ensino Médio que queremos outro tipo de formação, mais voltada para a solução de problemas, vamos continuar reproduzindo conhecimento que não ajuda o Brasil a se desenvolver.”

Pouco se sabe do motivo pelo qual o ministério da educação decidiu praticar a imensa obra de caridade aos pobres mortais (jovens estudantes brasileiros), de diminuir de 200 para 180 o número de questões nesse novo formato. O importante, até então, é que o estudante saiba que ele deve dar graças a Deus por essa decisão, visto que 200 era o número exato de suas questões nas provas do Enem para avaliar o nível de seu conhecimento. O que denota a seriedade e coerência da fala do ministro com a realidade dos fatos.

Sendo assim, torna-se imprescindível o questionamento sobre o número dessas questões, assim como também é inquestionável o fato de que quantidade de questões não avalia conhecimento capaz de ajudar o país a se desenvolver.

O Brasil é marcado pela história da educação quantitativa: informações sem objetivos ou justificativas para sua prática, teorias e mais teorias, sem a devida aplicação cotidiana, despejadas em cabeças julgadas vazias de conhecimento, por sistemas alienadores com vistas à reprodução e ao não- questionamento. A  História de heróis e não de um  povo. A Matemática em fórmulas incríveis para quem não sabe contabilizar o que é possível ser realizado com o salário mínimo nacional.  O estudo científico que não se interessou, ao longo dos séculos, pela ciência que cada aluno adquiriu em sua própria história. E o estudo da Língua Portuguesa? Este não se deu ao trabalho de reconhecer as variedades linguísticas deste povo, sua cultura, seus porquês e suas manifestações, ainda que ministrado dentro de um mosaico cultural chamado Brasil . Por que,ainda,  não se incentivou, nem se desenvolveu a capacidade de argumentar e de explicitar os pensamentos, através das necessidades individuais e coletivas? Irrisório.  Nada disso interessa ao modelo educacional quantitativo, alienador e falido.

Na verdade, a educação brasileira contabilizou o número de informações e o impôs sobre a qualidade delas e ignorou sua aplicação para o desenvolvimento humano, e consequentemente, de todo a nação.

Então? 200, 180 questões. Uma maratona para quem tem maior resistência física e psicológica ou para quem tem conhecimento aplicável ao crescimento do país?

Talvez, apenas uma queda de braços, onde nem sempre o mais preparado vence; mas o mais descansado, o mais paciente, que treinou e treinou e treinou para ler textos e enunciados repetitivos, às vezes até óbvios, mas exaustivamente repetitivos, nos quais a mesma temática aparecerá três, quatro, cinco vezes para testar se há conhecimento ou não. Ironicamente, isso até lembra   velhos programas de auditórios, cujo apresentador, com ar de graça e soberba, questiona a certeza do participante, a cada escolha sua. Contudo, o apresentador ratifica a certeza do participante sem a necessidade de oferecer-lhe perguntas e temáticas repetidas aleatoriamente, oportunizando-lhe até uma certa diversão.

Nada divertido, porém,  é o rendimento nacional que comprova a incoerência entre a fala do ministro da educação e a realização da prova do Enem 2009, pois, conforme divulgado pelo Inep , após levantamento sobre as notas da prova,  mais da metade dos alunos que a realizaram,  não alcançaram a média, ou seja, 50% dos objetivos propostos. Frustrante mesmo é verificar, ainda, a disparidade entre a menor a  e a maior nota que comprova a aplicação do conhecimento  linguístico  e matemático na prova do Enem. Para a área de linguagens, códigos e suas tecnologias, as médias ficam entre 224,3 e 835,6 (de 22,4%  para  83,5% ). No caso de matemática e suas tecnologias, as notas vão de 345,9 a 985,1.

Então?  Quem são  os estudantes de 23% e os  de 83,5%? Como traçar o perfil da educação brasileira? Que medidas serão tomadas diante desse caos? Oxalá que não seja um  Enem 2010 com 200 ou 250 questões a serem resolvidas.

Dar um novo formato à prova do Enem não resolverá o problema de base da educação brasileira, assim como tornar esse processo quantitativo, não o torna capaz de cumprir seu objetivo, inicialmente, justificado pelo ministro Fernando Haddad.

Uma prova para verificar a aprendizagem e sua aplicação técnica vai além de “decorebas” e “maratonas”.  Implica, pois, na elaboração de questões de compreensão das ciências e domínio do conhecimento, de análise e da capacidade de argumentação sobre o que é lícito ou não para a formação de “um país para todos”, possibilitando que isso, mais que um lema, seja, antes, uma realidade.

Contudo, é bom lembrar o velho ditado popular: “corta-se o mal pela raiz”. Caso não haja mudanças significativas na formação do aluno, já nas séries iniciais, estudantes brasileiros continuarão à mercê das jogatinas políticas e o que aparenta hoje ser um avanço, resultará, em breve, num grande retrocesso.

Professora Valéria Duarte Guedes